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sábado, 10 de agosto de 2013

ARDÓSIA e APARO

     Quando era pequeno ia todos os anos assistir ás largadas das festas do colete encarnado e colete verde em Vila Franca de Xira no primeiro domingo de Julho e de Outubro. Mas no final era na feira de Outubro que eu adorava andar para ver as tendas dos vendedores, os carroceis e aquele pavilhão das exposições de vários pontos do País que actualmente ainda se faz mas naquele tempo tinha uma magia mais recalcada e um significado especial. Num dos espaços estava um Senhor a fazer umas lousas, o que despertou memórias e fez reviver os momentos nostálgicos dos tempos de escola vividos pelos meus Pais nos velhos tempos em que aquele objecto era acessório obrigatório para cada aluno. Certo é que os meus Pais compraram-me um pequeno quadro desses e dois aparos para escrever no mesmo dos quais actualmente só resta um pois é um objecto que se parte muito facilmente ao cair no chão e com o tempo foi desaparecendo.
     Lembro-me que num determinado ano houve um extra de no meio dos carroceis ter uma tenda com o que se pode apelidar sem ofensa, “aberrações” no sentido em que havia animais com duas cabeças, com cinco patas, etc. Na entrada estava um Homem de raça negra muito alto que o meu Pai já conhecia há alguns anos desde os tempos em que esteve em Angola. Os meus Pais resolveram comprar os bilhetes para vermos a dita exposição. Ao entrar o “Grande Homem” olhou para mim e curvando-se pediu-me que lhe mostrasse a lousa e contou que também teria tido uma igual nos seus tempos de escola...

(http://www.museuescolar.pt/coleccao/sala-de-aula)


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