Quando era pequeno ia todos os anos
assistir ás largadas das festas do colete encarnado e colete verde em Vila
Franca de Xira no primeiro domingo de Julho e de Outubro. Mas no final era na
feira de Outubro que eu adorava andar para ver as tendas dos vendedores, os carroceis
e aquele pavilhão das exposições de vários pontos do País que actualmente ainda
se faz mas naquele tempo tinha uma magia mais recalcada e um significado especial. Num dos espaços estava um Senhor a fazer umas lousas, o que despertou
memórias e fez reviver os momentos nostálgicos dos tempos de escola vividos
pelos meus Pais nos velhos tempos em que aquele objecto era acessório
obrigatório para cada aluno. Certo é que os meus Pais compraram-me um pequeno
quadro desses e dois aparos para escrever no mesmo dos quais actualmente só
resta um pois é um objecto que se parte muito facilmente ao cair no chão e com
o tempo foi desaparecendo.
Lembro-me que num determinado ano houve um
extra de no meio dos carroceis ter uma tenda com o que se pode apelidar sem
ofensa, “aberrações” no sentido em que havia animais com duas cabeças, com
cinco patas, etc. Na entrada estava um Homem de raça negra muito alto que o meu
Pai já conhecia há alguns anos desde os tempos em que esteve em Angola. Os meus
Pais resolveram comprar os bilhetes para vermos a dita exposição. Ao entrar o “Grande
Homem” olhou para mim e curvando-se pediu-me que lhe mostrasse a lousa e contou
que também teria tido uma igual nos seus tempos de escola...
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